Quando falamos da prática odontológica a maioria das pessoas, e até mesmo especialistas, vai pensar nos tradicionais consultórios de dentista. Para os pacientes muitas vezes, esse local é onde a relação com o profissional costuma ser estabelecida. Sendo esse trato inclusive parte do processo de educação quanto à importância da saúde bucal para o indivíduo. No entanto, para grupos de risco esse atendimento deve acontecer de uma forma diferenciada. E é aí que entra em cena a odontologia hospitalar. Mas essa é, ainda, uma prática odontológica pouco conhecida pela população.
É de conhecimento geral que o papel da odontologia com frequência assume um caráter preventivo, embora seja evidente também que esse profissional da saúde irá atuar no tratamento de processos inflamatórios e infecciosos. Quando o alvo das ações desse dentista são os grupos de risco, seu papel se torna mais delicado e em igual medida, mais importante também na geração de bem-estar, pois, a sua ação nesses casos acontece ao nível multidisciplinar, buscando tratar o paciente como um todo e não apenas a sua saúde bucal. Para quem ainda tem dúvida do que é a odontologia hospitalar no Brasil e como ela atua, vamos definir a prática em detalhes a seguir.
O que é odontologia hospitalar?
Essa prática pode ser definida pelos cuidados bucais dentro de um âmbito hospitalar com a presença de equipes interdisciplinares. Como mencionado, o objetivo é proporcionar um tratamento integral para o paciente. Por que a avaliação e o tratamento odontológico são tão importantes nesse cenário? A razão é que em certos quadros a saúde bucal pode afetar o desfecho clínico de um caso.
É por isso que médicos e cirurgiões-dentistas, assim como toda a equipe assistente envolvida, devem convergir esforços. Seu objetivo primordial é reduzir riscos. Com isso aumenta-se a hipótese de recuperação dos pacientes em situações mais delicadas.
Entenda também como o dentista na UTI ajuda no controle de infecções neste artigo.
Em que situações atua a odontologia hospitalar?
Há casos em que os pacientes que precisam de avaliação ou tratamento bucal fazem parte de grupos de risco. Com isso seu atendimento nos consultórios convencionais será contraindicado ou até mesmo inviável. E justo esses pacientes demandam maior atenção com a saúde bucal. Pessoas em processo de tratamento de câncer em unidades de terapia intensiva, por exemplo, necessitam de um acompanhamento frequente. Isso porque se sabe que a baixa imunidade natural a essa condição pode favorecer infecções por fungos e bactérias. Assim os riscos sistêmicos podem prejudicar o tratamento e posterior melhora desse paciente.
Tratamentos contra o câncer também são conhecidos por causarem mucosites e hipossalivação . Cáries também podem surgir nessas condições. Já os pacientes oncológicos, cujo problema se dá especificamente na boca, precisam de um trabalho especial de reabilitação. Há ainda diversos outros casos em que a atuação do odontologista em um hospital se faz necessária, desde o atendimento aos traumas, até a prática de correções. Até mesmo pacientes cardíacos podem se beneficiar com a presença desse profissional de saúde.
Fica claro com isso, que o odontologista tem um papel central na recuperação e geração de qualidade de vida, pois a sua ausência vai impedir um cuidado integral dos pacientes.
A presença da odontologia nos hospitais
O mais corriqueiro é que a prática odontológica em hospitais esteja concentrada nos casos de cirurgia bucomaxilofacial. Também podem demandar a presença dessa área os procedimentos que exigem anestesia geral. Mas afora isso, é mais comum que os cirurgiões dentistas atuem em consultórios e postos de saúde. Por conta de fatores diversos, hoje ainda não há uma participação generalizada de dentistas em ambientes hospitalares. Esse é, no entanto, um quadro que vem mudando no Brasil nos últimos anos.
A importância da saúde bucal, sobretudo para pacientes sistemicamente comprometidos, já é reconhecida pelos hospitais. A grande dificuldade dessa prática está no fato de que o cirurgião-dentista fará procedimentos mais complexos do que está habituado. O atendimento a pacientes relativamente saudáveis é mais comum fora do âmbito hospitalar.
Poder exercer a atividade em um consultório, com infraestrutura e apoio de material ergonômico, também faz toda a diferença. É para dar conta desse cenário ímpar que a multidisciplinaridade é tão importante. Um trabalho adequado de pré e pós profilaxia, por exemplo, não poderia ser atingido sem essa integração de equipes.
Legislação de apoio
O Conselho Federal de Odontologia possui legislação para atuação hospitalar de cirurgiões-dentistas desde 2012. Três anos depois, em 2015, o conselho ratificou as diretrizes que regulamentam tanto cursos, como profissionais em atuação. Hoje a habilitação na área é obrigatória, pois é importante que o dentista tenha não apenas preparo para o tratamento da cavidade bucal. Também são exigências fundamentais a capacidade de atuação interdisciplinar e o cuidado para tratar o paciente de forma integral.
A presença de um dentista em equipes hospitalares multiprofissionais é uma obrigatoriedade em alguns estados. No Rio de Janeiro, por exemplo, é sancionado por lei desde 2008, essa presença em hospitais e UTIs. Em 2012 a prática já era debatida na Revista Brasileira de Odontologia. O Hospital Sírio Libanês, referência em centros oncológicos na América Latina, investe a 17 anos na prática. São tratados não só os oncológicos, mas de todas as especialidades médicas.
Para promover o bem-estar psicossocial e físico dessas pessoas, o hospital investe em equipes que incluem até mesmo nutricionistas e psicólogos. Com isso a humanização do atendimento é um fator que pode ser agregado à interdisciplinaridade.
Conclusão
Possuir um odontologista em uma equipe hospitalar agrega muitos benefícios, tanto aos pacientes, como ao sistema de saúde. Entre as melhorias estão a redução do tempo de internação e a diminuição dos gastos com antibióticos. Você pode conferir em nossos artigos casos de sucesso na área, e também entender as vantagens da prática. Por exemplo, no relato do dentista que reduziu a zero os casos de pneumonia em uma UTI.
Acompanhe os nossos artigos e saiba mais sobre a odontologia hospitalar.
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