Vamos direto ao ponto: uma equipe não trabalha bem sem trabalho em equipe! Pronto. Agora que o essencial foi dito, vamos aos detalhes.
“Unir-se é um bom começo. Manter a união é um progresso. Trabalhar em conjunto é a vitória.” – Henry Ford.
A equipe em ambiente hospitalar
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma equipe pode ser definida como um conjunto distinto de duas ou mais pessoas que interagem de forma dinâmica, interdependente e adaptável para um objetivo/missão comum, a quem foram designados papéis ou funções específicas e que possui uma vida útil limitada de membros.
A partir disso, é válido dizer que as equipes de modo geral, estão presentes em todos os seguimentos da sociedade e desempenham um papel fundamental em qualquer organização, seja ela pessoal, social, de cunho administrativo ou até mesmo de saúde.
Especializar para evoluir
Estamos na era das especialidades. Chegamos aqui através de percepções e estudos ao longo da história humana que constataram ser impossível (até que se prove o contrário, claro) que um só ser humano detenha para si todas as áreas de conhecimento e a capacidade para desenvolvê-las.
Quem não gostaria de saber absolutamente tudo, fazer tudo, sem precisar de ninguém? Mas até nosso corpo divide suas tarefas entre os seus órgãos e sistemas especializados. Os grandes nomes da história humana, como cientistas, filósofos e políticos, são de pessoas que se dedicaram a uma área em específico, foram os melhores nela e seus resultados, assim somados, trouxeram muitos frutos para a humanidade. Devido a essa nossa “limitação humana”, especializar-se é inevitável para quem quer crescer, assim como precisar e confiar na especialização do outro.
Da especialização pessoal ao trabalho em equipe
É nesse emaranhado de especialistas que se formam as equipes de trabalho modernas, principalmente na área da saúde. Nessa, tem-se um conjunto de profissionais, cada um especializado em uma parte ou um segmento do corpo humano, mas todos com o mesmo objetivo: tratar o paciente. Da mesma forma que o nosso corpo trabalha sincrônica e equilibradamente, assim deve também trabalhar a equipe em ambiente hospitalar.Hoje em dia, um paciente raramente é atendido por apenas um profissional, além de apresentar – e deve apresentar – interesse e participação ativa nos cuidados com sua própria saúde. Nesse contexto complexo, a OMS aponta que um trabalho de equipe efetivo é essencial para a segurança desse paciente, uma vez que se minimizam adversidades causadas por falta de comunicação entre os profissionais e mal-entendidos em relação aos papéis e responsabilidades. Então especializar-se em Odontologia Hospitalar é um grande diferencial para os dentistas.
O trabalho em equipe na UTI
Ao falar da importância do trabalho em equipe em ambiente hospitalar, logo pensamos nas Unidades de Terapia Intensiva. Nas UTIs, os pacientes se encontram em um estado particularmente crítico e fragilizado, e qualquer erro pode ser determinante para sua vida. É verdade que essa realidade está presente em todos os segmentos e níveis de complexos de saúde, mas na UTI isso se intensifica pela alta complexidade do serviço oferecido.As UTIs estão associadas a riscos significativos em relação a eventos adversos e erros sérios ligados às múltiplas interações que ocorrem entre a equipe multidisciplinar de saúde, os pacientes e os dispositivos/aparelhos médicos com interface e tecnologia cada vez mais complicadas. Por exemplo, um estudo feito no Reino Unido em 2011 em uma UTI para adultos com 13 leitos, reportou 1127 incidentes críticos num período de 90 meses (7 anos e meio). Desses, 338 foram devidos ao equipamento (30%), 257 à prática clínica (22,8%), 238 aos fármacos (21,1%), 213 à administração (18,9%), e 81 aos riscos para a saúde e segurança (7,2%).
Assim, nota-se que a equipe de uma UTI precisa, de forma especial, trabalhar de forma concisa, entrosada e responsável para o sucesso dos seus resultados. Sucesso esse que, como sabemos, nem sempre significa a vida diante da morte ou uma cura e recuperação total, mas às vezes, uma morte digna e justificada de um paciente terminal, por exemplo. Por isso, é fundamental a presença de um Cirurgião-Dentista na UTI, pois cada profissional atua com qualidade em sua especialidade.
Adaptação e foco no paciente
Mais uma vez vale ressaltar que a qualidade de um serviço de uma UTI não pode ser mensurada apenas pela quantidade de “vidas salvas” por ela. Claro que isso é algo muito positivo, mas devemos lembrar que no sistema de saúde brasileiro, e de muitos do mundo, a UTI é o último nível de complexidade, ou seja, muitos casos chegam às mãos desses profissionais com poucas chances de vida.Assim, a qualidade do serviço deve ser avaliada tendo em foco o paciente, o que pode e deve ser feito em cada caso em particular.
Se, como falado anteriormente, uma equipe em ambiente hospitalar deve ser adaptável, na UTI isso se faz muito claro, pois, como se diz no popular, “cada caso é um caso”. E, ao fazer isso sem perder a precisão – do diagnóstico, tratamento e recuperação –, conseguindo sobrepor o erro humano, o estresse diário e as falhas técnicas da aparelhagem, tem-se a receita do sucesso para essa unidade.
Como triplicar as chances de sucesso de uma equipe em ambiente hospitalar?
Alguns valores normativos listados pela OMS para o sucesso de qualquer equipe são: honestidade, disciplina, criatividade, humildade, curiosidade, domínio da técnica, princípios como metas compartilhadas, papéis claros, confiança e respeito mútuos, comunicação efetiva, processos e resultados mensuráveis e liderança. Mas, além disso, muitos estudos são feitos para auxiliar as UTIs a determinarem e atingirem o sucesso do seu trabalho.Com essa preocupação, estudiosos trouxeram na Chief Nursing Officer’s Conference de 2012 em Manchester, o conceito dos 6Cs: cuidado, compaixão, competência, comunicação, coragem e comprometimento (em tradução livre).
Assim, lacunas entre as práticas tradicionais e as novas formas de entrosamento de equipe devem ser fechadas. Obstáculos, como o próprio caráter individualista/autônomo dos serviços de saúde devem ser ultrapassados. A organização e a transparência devem ditar as normas, tudo em prol do paciente.
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