É muito importante a presença do profissional de Odontologia para prevenir e tratar a mucosite oral em pacientes oncológicos.
Como é de se imaginar, a mucosite não faz parte dos sintomas da doença, mas uma manifestação por conta do tratamento, seja quimioterapia ou radioterapia.
Você já deve saber que são medicamentos muito agressivos, que visam destruir as células do tumor. Nesse contexto, o paciente está com sua imunidade comprometida, o que o torna suscetível a esse tipo de doença, que compromete todo o canal digestivo.
Há imensa preocupação nesses casos, pois atos como a alimentação adequada podem ser muito mais difíceis, por conta da mucosite.
E considerando a importância de manter alimentação saudável durante o tratamento oncológico, medidas preventivas contra a mucosite são fundamentais.
Então, continue a leitura para entender mais sobre a mucosite oral e como prevenir e tratar a doença em pacientes oncológicos.
O que é a mucosite oral em pacientes oncológicos?
Quimioterapia e radioterapia têm como função destruir as células cancerígenas, porém, isso afeta também as células saudáveis, desencadeando uma série de efeitos colaterais.Junto a esses efeitos está a mucosite oral, que é uma inflamação na mucosa gastrointestinal. O resultado é vermelhidão, inchaço e até surgimento de feridas que, se não tratadas, podem originar úlceras.
Considerando que o paciente oncológico está em um quadro de vulnerabilidade, é muito complicado lidar com essa situação. Afinal, compromete a adequada alimentação e hidratação desse indivíduo, que impactam diretamente na saúde e sucesso do tratamento contra o câncer.
Impactos da doença inflamatória para o paciente
Durante o tratamento oncológico, o paciente está em estado imunossupressor, o que o deixa vulnerável a contrair outras doenças durante o processo. Por exemplo, aqueles que tratam leucemia recebem uma medicação que diminui formação de plaquetas e leucócitos, ligados à proteção do organismo.Há, então, um desequilíbrio na produção celular, tornando o organismo desse paciente vulnerável a novas doenças.Assim, o paciente fica suscetível a sangramentos e com a imunidade muito baixa. Nesse caso, se ele tiver com feridas na boca, corre o risco de ter septicemia e bacteremia, pois micro-organismos podem usar a mucosite como porta de entrada.
Caso alcance um estágio avançado de mucosite, o paciente terá que interromper seu tratamento de quimioterapia ou radioterapia. Como podemos imaginar, isso é imensamente prejudicial, considerando a necessidade de avançar com o tratamento para evitar evolução do tumor.
Muitos tumores possuem rápida evolução, por isso, interromper o tratamento pode até significar retroceder o que já foi alcançado.
Como prevenir a mucosite oral
Em vista desse quadro desastroso que pode surgir com a mucosite, a melhor alternativa é a prevenção. Assim que iniciar o tratamento contra o câncer, o paciente deve iniciar um tratamento também com seu dentista especializado.
Dentistas que atuam com esse tipo de paciente possuem conhecimentos específicos, aprendem a lidar com doenças que surgem nesse contexto.
É um grupo de especialistas dedicados a essa modalidade, como exemplo temos trabalhos como o artigo desenvolvido por alunos do CEMOI, intitulado “Prevenção e tratamento da mucosite oral em pacientes submetidos à quimioterapia e radioterapia: o que o cirurgião dentista precisa saber?“, o qual consiste em uma importante revisão bibliográfica sobre o assunto.
Dessa forma, o profissional vai fazer uma avaliação da saúde bucal, vendo se não há infecções na gengiva, cáries ou outros problemas que possam influenciar na saúde da mucosa oral.
A partir daí são recomendados produtos diferentes para tratamento da saúde bucal, que significa empregar escovas mais macias, cremes dentais menos agressivos, além de enxaguantes específicos.
Tudo a fim de se adaptar à nova realidade, que estará na dinâmica em torno da saúde da boca do paciente, uma vez que estiver em tratamento oncológico. São detalhes que fazem toda a diferença no bem-estar desse paciente para sucesso de seu tratamento oncológico.
Laserterapia
Uma forma comum também de prevenção é por meio da laserterapia.
Primeiro, é preciso entender que há estresse nas células durante quimioterapia ou radioterapia, dificultando a respiração celular e na regeneração. Nesse contexto, a incidência do laser indolor de baixa potência estimula a respiração celular, que ajuda a manter a reparação do tecido e previne as feridas.
Normalmente, o laser é aplicado após as sessões de tratamento oncológico, a fim de prevenir o surgimento de feridas na mucosa. O resultado é muito satisfatório, ainda que não elimine totalmente a mucosite oral, é capaz de reduzir o inchaço e evitar a evolução da vermelhidão em feridas.
Isso proporciona ao paciente a possibilidade de alimentar-se sem tanta dificuldade. Há diminuição da dor, por conta do efeito analgésico, além de rapidez na cicatrização e baixíssimos riscos de efeitos colaterais.
Tudo isso contribui para o tratamento e bem-estar desse indivíduo, uma vez que depende da boa alimentação e hidratação para manter o bom desempenho do tratamento oncológico.
Para isso há acompanhamento em consultório ou com a presença de dentistas dentro dos hospitais.
Como é o tratamento da mucosite oral
Por outro lado, temos a necessidade de tratamento para aqueles que não passaram pela prevenção por meio de produtos específicos e laserterapia.
Assim, a prática de crioterapia é comum em hospitais, por exemplo, que oferecem para sucção pedaços de gelo e até de picolés para amenizar a dor antes e depois da sessão de quimioterapia.
Além de recomendação de analgésicos que ajudam a diminuir a dor. Somado a isso, recomenda-se também a ingestão de alimentos mais fáceis de serem consumidos, mais pastosos.
Nesses casos, também existe a ocorrência do laser, lembrando sua função de alterar a dinâmica da respiração celular, ajudando também na cicatrização de feridas.
Como é indolor, e pode ser ótima ferramenta para devolver o bem-estar dos pacientes oncológicos. Muitas vezes internados por conta da evolução do quadro de mucosite, recebem a laserterapia em UTIs.
Agora conseguimos entender melhor como prevenir e tratar a mucosite oral em pacientes oncológicos. De leigos a especialistas, sabemos que tratamentos como quimioterapia e radioterapia são muitas vezes mais agressivos para o paciente do que o próprio câncer.
Nesse sentido, todas as ferramentas que colaboram para o bem-estar do indivíduo durante o processo são válidas. Principalmente em situações como a mucosite oral, que impacta diretamente na alimentação.
Daí entendermos também o quanto é importante a presença de cirurgiões dentistas dentro dos hospitais.
São essenciais em cuidados com os pacientes oncológicos, influenciando diretamente na prevenção de quadros mais graves dos efeitos colaterais.
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