Já ouviu falar em odontologia domiciliar, ou home care? Trata-se de uma forma mais contemporânea de cuidar da necessidade de obter tratamento odontológico. Muitas vezes, quando se ouve falar de uma modalidade de trabalho diferente, ou da qual se tem dúvidas, ouve-se também especulações, que podem inclusive confundir ainda mais quem está verdadeiramente interessado em conhecer o serviço em questão. Pensando nisso, neste texto vamos abordar alguns mitos e verdades sobre a odontologia domiciliar, entendendo do que exatamente se trata e se esse serviço pode ser interessante para sua carreira.
Falar em odontologia domiciliar é falar em modismo
Mito – Esse serviço, como é conhecido hoje, surgiu na década de 80, nos Estados Unidos, onde se iniciou o conceito de “home health care”, servindo como uma alternativa aos tradicionais tratamentos realizados em hospitais, clínicas ou consultórios. O intuito deste projeto era reduzir os custos da internação hospitalar.
O tratamento a domicílio melhora a relação dentista – paciente
Verdade – Atender um paciente em sua casa, por si só já o fará sentir menos ansioso, mais confortável, visto que a queixa de muitos é o ambiente do consultório que já os faz sentir nervosos. Além disso, em casa, o paciente sente-se mais confiante também em relação ao profissional, ao ver que esse se preocupa com suas preferências, a barreira da desconfiança é quebrada, permitindo uma maior abertura do paciente, ajudando o dentista a conhecê-lo melhor, o que contribui na criação de sua ficha e fatos que podem ser relevantes ao processo. Tudo isso facilita também no atendimento.
Este tipo de serviço perde muito em relação ao tradicional
Mito – Por atuar em um ambiente diferente, não significa que o profissional deixará a desejar. Pelo contrário, isso pode fazê-lo preparar-se ainda mais para realizar o atendimento, já que exigirá um grau maior de atenção e comprometimento. Além disso, desde a criação do conceito “home health care”, um fato interessante foi percebido: além de diminuírem os custos com a internação de pacientes, o que também se reduziu, foi a taxa de infecções hospitalares.
Uma série de fatores pode contribuir e uma das principais pode ser o grande número de pessoas que vão ao consultório, e que podem levar consigo diversas doenças, isso aumenta também o risco de contaminação dos demais. O atendimento realizado em casa diminui a margem desses riscos, sendo uma vantagem do mesmo em relação ao tradicional, além do que, o profissional bem capacitado garante que a qualidade do tratamento não se perca no ambiente caseiro.
O Brasil já está adaptado para esse serviço
Mito – Afirmar que nosso país já está plenamente pronto para atender pacientes em suas casas não é bem verdade. Claro que vale ressaltar que o aumento da informação, tanto entre dentistas, como com o público em geral, facilitou também a discussão sobre a odontologia domiciliar. Porém ainda não é um grande número de profissionais que busca atuar nesse tipo de serviço. Não é a técnica em si que dificulta o emprego do home care odontológico, e sim a maneira de utilizá-la que precisa ser melhor entendida e discutida no meio.
Odontologia domiciliar é para todos, mas tem um grupo mais beneficiado
Verdade – Desde a criação do “home health care”, o plano era voltado principalmente para os idosos ou portadores de alguma necessidade especial que impedisse ou dificultasse sua ida ao hospital, o mesmo se dá com a ida ao dentista. Pode ser de muito custo e esforço levar um paciente com idade avançada ou com alguma deficiência ao consultório, inclusive, no caso de cuidados odontológicos. Ou pode ser que nem seja feito tal empenho, deixando apenas para casos de extrema dor a ida ao dentista. Além de poder causar medo e ansiedade a esse tipo de paciente sair de sua casa, nesse sentido, ir ao consultório pode ser ainda mais difícil para eles. Assim, essa vem a ser mais uma vantagem da odontologia domiciliar, atender o grupo em necessidade.
Esse serviço não possui regras, o que aumenta seu risco
Mito – O Código de Ética Odontológica possui algumas questões relativas ao atendimento domiciliar. Por exemplo, no Capítulo III – Artigo 5° há uma regra referente ao registro do acompanhamento domiciliar dos pacientes. É muito importante que haja um registro claro e detalhado dos procedimentos e resultados do paciente, a ausência do ambiente institucional não pode significar a ausência de suas regras de prontuário. No registro deve contar também as doenças que o paciente possui, remédios usados, alergias e demais informações relevantes.
No Capítulo V – Artigo 7°, vemos que se constitui em infração ética o desrespeito ao paciente. A relação mais íntima estabelecida entre o dentista e o paciente e sua família, não dá a nenhum deles o direito de não respeitar regras como, a não informação de tratamentos e resultados ou dificultar os procedimentos, diminuindo a liberdade profissional. É preciso haver respeito entre as partes para que qualquer serviço seja bem sucedido.
A odontologia domiciliar também possui outras regras específicas e de forma alguma esse argumento pode ser usado para rebater a implantação do serviço.
Conclusão
Com essa explanação de mitos e verdades sobre a odontologia à domicílio, podemos ver que é sempre necessário conhecer uma nova modalidade de serviço, afinal, ela pode se tratar de um conceito novo para você, mas que já é utilizado com sucesso. Pode também ter suas vantagens, pois como vimos, o serviço “home health care” diminuiu custos e também riscos de infecção, o que também acontece em relação à odontologia.
Além disso, o grupo mais beneficiado é justamente aquele que tem dificuldade ou até impossibilidade de sair em busca de tratamento. Pessoas que muitas vezes deixam de lado a busca pela saúde bucal, com o serviço domiciliar, veem nele uma nova perspectiva de atendimento.
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