As infecções associadas aos cuidados da saúde (IACS) são uma das principais preocupações de segurança para os profissionais de saúde e para os pacientes. Por isso, todos os hospitais possuem procedimentos e políticas direcionadas ao controle de infecções hospitalares, mas o risco de que bactérias e vírus perigosos adentrem o ambiente hospitalar e se espalhem sempre vai existir.
Considerando a morbidade, a mortalidade e os custos de períodos de internação extensos, todos os esforços devem ser direcionados para tornar os hospitais mais seguros. E a odontologia hospitalar também está sujeita a esses riscos, mas, com os cuidados apropriados, é possível prevenir e combater essas infecções perigosas.
No artigo a seguir, você vai saber mais sobre as infecções hospitalares, como funcionam as estratégias de prevenção e quais métodos são utilizados para combater a proliferação dessas doenças.
Números das infecções hospitalares
Você pode pensar em hospitais como locais estéreis e seguros, mas, em muitos casos, eles podem ser o marco zero de muitos tipos de infecções.De acordo com um relatório de 2018 do Banco Mundial, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), países com um melhor índice de desenvolvimento humano apresentam uma taxa de contaminação por infecções hospitalares de 7% entre todos os pacientes internados. Nos países mais pobres, esse número sobe para mais de 10%, e o Brasil tem um índice de casos de infecção hospitalar ainda maior do que a média mundial, com 14%.
O problema das infecções hospitalares é grave e precisa ser evitado a todo custo.
O que são as infecções hospitalares?
Infecções hospitalares são doenças causadas por microrganismos, como vírus, fungos, bactérias e parasitas, muitas vezes agrupados erroneamente sob a palavra “germes”. As bactérias são responsáveis pela maior parte das infecções associadas aos cuidados da saúde.
Os tipos mais comuns de infecções são as infecções do trato urinário, infecção em feridas, pneumonia (infecção pulmonar) e infecções da corrente sanguínea, de acordo com a Consumer Reports.
Fatores primordiais e grupo de risco
As infecções hospitalares geralmente ocorrem entre dois a três dias após a internação no hospital, e alguns tipos de pacientes são mais suscetíveis a infecções do que outros. O grupo de risco para infecções inclui bebês prematuros e crianças doentes, idosos, diabéticos e outras pessoas com doenças degenerativas e pacientes com sistema imunológico enfraquecido ou que estejam sendo tratados com quimioterapia ou esteroides.Pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva ou que vão se submeter à cirurgia também correm mais risco de adquirirem infecções que os demais.
Essas infecções podem se espalhar de muitas formas, e as mais comuns são causadas por alguns fatores básicos, como a permanência prolongada no hospital; a internação por doenças complexas ou a realização de múltiplas cirurgias; o descumprimento das rotinas de higiene por parte dos profissionais do hospital; a resistência aos antibióticos causada pelo uso exagerado — e que pode levar ao surgimento de superbactérias —; entre outros, conforme artigo do Better Health Channel.
Infecções hospitalares mais perigosas
Por falar em superbactérias, elas são responsáveis por algumas das infecções mais difíceis de serem controladas, mas existem ainda outras causas que também podem trazer o perigo da contaminação.
A seguir você confere as cinco infecções hospitalares mais perigosas e vai saber como evitar a sua proliferação (Fonte: NCBI):
1. Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV) Quando os pacientes hospitalizados têm dificuldade em respirar, eles são frequentemente intubados, um procedimento desagradável que envolve colocar um tubo de plástico na traqueia.
Em um ambiente de terapia intensiva, o tubo frequentemente está ligado a um ventilador mecânico que bombeia o ar para os pulmões do paciente e o mantém vivo, mas também aumenta o risco de infecção respiratória. Isso cria a oportunidade para a pneumonia se infiltrar através da tubulação, o que pode levar à morte.
2. Infecção do Trato Urinário Associado ao Cateterismo
Infecções do trato urinário causadas por procedimentos de cateterismo são um dos tipos mais frequentes de infecções em hospitais.
Tal como acontece com a PAV, estas infecções invadem quando o equipamento médico é deixado no interior do corpo durante um longo período de tempo.
Quando os cateteres são colocados em condições não esterilizadas ou usados por um período muito longo, as bactérias são capazes de entrar no corpo e causar uma infecção.
3. Infecção por Clostridium difficile Em 2015, o Centro para o Controle de Doenças dos EUA divulgou um relatório sobre o Clostridium difficile que revelou que quase meio milhão de pacientes por ano contraem essa infecção e quase 30 mil morrem decorrentes de complicações dessa bactéria.
A maneira mais comum de contrair o clostridium difficile é usar antibióticos pesados que acabam com as bactérias do intestino, permitindo que invasores assumam o controle. Uma vez que o patógeno tenha florescido no sistema digestivo, pode causar diarréia mortal. A melhor maneira de prevenir esse tipo de infecção é limitar o uso de antibióticos.
4. Infecção na sala de cirurgia Manter o local estéril durante a cirurgia é essencial para manter os pacientes saudáveis. Infelizmente, os hospitais nem sempre conseguem manter os locais cirúrgicos limpos para prevenir infecções. Isto pode levar os pacientes a desenvolverem diversos sintomas, como febre, inchaço e acúmulo de líquido.
Sem tratamento adequado, essas infecções podem levar a danos graves nos órgãos. Falar diretamente com os profissionais de saúde é um passo fundamental para os pacientes que desejam limitar o risco de uma infecção no local cirúrgico.
4. Infecção primária pela corrente sanguínea (IPCS)
Essas infecções evitáveis causam milhares de mortes todos os anos nos hospitais brasileiros.
Muitas internações utilizam um acesso semipermanente para uma veia principal que permite aos médicos administrar grandes doses de medicamentos diretamente na corrente sanguínea.
Como permite que os médicos acessem facilmente os sistemas internos do paciente, também permite que vírus e bactérias entrem facilmente. Seguir os procedimentos de esterilização em todos os momentos é fundamental para prevenir a IPCS.
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